sábado, 13 de março de 2010

José Carlos Blat: um promotor, no mínimo, suspeito


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O promotor José Carlos Blat estava desaparecido da mídia desde 2004, quando se tornou foco de investigação da Corregedoria do Ministério Público e virou suspeito de vários crimes que vão de abuso de autoridade até enriquecimento ilícito. Desde então foi mantido no cargo, mas acabou afastado da elite dos promotores paulistas. Ele ficou conhecido porque atuava com arma em punho para fazer apreensões e chamava a imprensa para registrar seus flagrantes. Era o tempo dos promotores “intocáveis”. Alvo de várias acusações que ainda não tiveram as investigações concluídas, os inquéritos internos foram todos arquivados. Agora, Blat sonha com uma candidatura a deputado federal.
 Sua primeira ação conhecida foi no caso da Favela Naval, em 1997: policiais militares foram filmados agredindo pessoas na periferia de São Paulo. No ano seguinte, ele entrou para o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que teve projeção nos casos Celso Pitta e Paulo Maluf.  Em 2002, foi acusado de proteger o contrabandista chinês Law Kin Chong, preso em São Paulo. Ele teria focado a investigação somente contra os pequenos contrabandistas, deixando Law livre para atuar. Investigações mostraram que Blat morava em um imóvel  de Alfredo Parisi, condenado por bancar o jogo do bicho. Na época ele admitiu que, antes de se tornar promotor, foi sócio do filho de Ivo Noal, outro banqueiro do bicho, numa loja de conveniência. Quanto ao apartamento de Parisi, diz tê-lo alugado sem saber a identidade do proprietário. Nenhum dos casos configura crime.
Seus bens foram investigados e, segundo depoimentos, o promotor havia comprado dois carros importados e blindados. A Corregedoria recebeu uma denúncia de que ele seria proprietário de um apartamento no Guarujá. Mais tarde, descobriu-se que, na verdade, estava em nome do ex-sogro do promotor, René Pereira de Carvalho, um procurador de Justiça. A origem dos recursos ainda não foi esclarecida. Em 2004, foi afastado do próprio Gaeco em circunstâncias confusas, acusado de tentar se livrar de multas no Detran e por um episódio estranho em que um carro oficial do Gaeco foi apreendido fora da capital paulista com um criminoso ao volante. Várias pessoas, inclusive promotores, prestaram depoimentos sigilosos e, na época, a Corregedoria anunciou ter encontrado indícios mais graves. Ficaram sob suspeita suas ações contra desmanches de veículos roubados, cujas acusações negou.

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